Bom dia meus pequenos engenheiros!!!
Agora que estamos quase quaaaaaaase a entrar de férias,o calor já se faz sentir, os passarinhos cantam, as meninas passeiam de calçoezinhos e etc e tal... Decidi vir partilhar com vocês as minhas mais recentes criações para este verão:
Pulseiras!!!
Porque não há quem não goste de andar com os braçinhos cheios de merdinhas coloridas e brilhantes agora que já andamos na rua com tops e sandalinhas. Ou há?
Não há nada mais VERÂO do que um pulso cheio de pulseiras...
Há pulseiras lindíssimas há venda em tudo o que é loja, mas toda a gente sabe que o meu "negócio" é mais o do "faça-você-mesma", ou não fosse eu uma engenheira a sério. Por isso, juntando o útil ao agradável, peguei numas coisinhas que tinha lá em casa que iam para o lixo e reinventei-as.
A fotografia não está lá essas coisas, mas dá para terem a ideia:
Da esquerda para a direita:
1- Branca, feita com tiras de uma mala minha que perdeu a asa, usando a técnica "basic square knot" (se quiserem procurar no youtube e aprender a fazer).
2- Amarela e verde, feita com o pacote vazio do tabaco de enrolar "Amber Leaf".
3- Prateada baça, feita com tiras de pacote de leite tão somente entrançadas e um bocadinho de corda atrás para finalizar. (Não se vê a parte da corda)
4- Prateada brilhante(está um bocadito sobreposta com a anterior): Feita com um papel de embrulho daqueles prateados, cortado em tirinhas e feito com a técnica "basic square knot".
5- Branca e castanha: Feita com tirinhas da mala usada em (1) e uma tira de tecido cortada de outra asa de mala que caiu.
Espero que tenham gostado e que vos inspire para criar! E acima de tudo para encontrar novas utilizações para materiais que de outra forma iriam para o lixo! Porque como todos sabemos é nosso dever ser cada vez mais sustentáveis, e não deitar fora coisas que podem ter utilização.
Isto agora é como voltar ao tempo dos nossos avós: descer bainhas à roupa quando os putos crescem, virar golas de camisa e usar tudo até à exaustão. A época do consumismo está a acabar.
O lado positivo é que podemos dar largas à nossa criatividade e ser mais originais, porque não temos coisas todas feitas em série!
Abreijos ;) *********
Meine lieben deutschen Freunde! Dieser Blog ist in Portugiesisch geschrieben! Trotzdem ist es immer ein Geschmack, sie hier zu haben!
My dear USA friends! This blog is written in Portuguese! Nevertheless, there is always a pleasure, to have you here!
Mes chers amis français! Ce blog est écrit en portugais! Néanmoins, il est toujours un plaisir, de vous avoir ici!
29 de junho de 2012
29 de maio de 2012
What a mess!
Quando foi que, neste caminho da minha vida, eu me tornei má pessoa?
A minha vida tem andado louca nos últimos tempos.
Gestão de conflitos no trabalho, IMENSO trabalho, poucas horas de sono, problemas familiares para resolver, ao mesmo tempo que tento dar alguma atenção àqueles de quem gosto e não entrar completamente em parafuso.
Mas há algo que me deixa especialmente preocupada no meio disto tudo. Acho que estou a tornar-me demasiado egoísta.
Ás vezes, talvez a maior parte do tempo, só penso em mim.
Não que deseje deliberadamente mal a alguém. Não, nunca foi o caso.
Mas às vezes, independentemente do contexto, sou arrogante e insensível, e deixo demasiado que a minha experiência pessoal afecte a opinião que dou em relação à vida da outra pessoa. No fundo dou a opinião focada em mim, e não na pessoa.
E se de facto há muitas pessoas que não merecem a nossa atenção, há outras que realmente o merecem.
Uma interacção personalizada. Mais do que uma manifestação da minha presença, uma manifestação do outro em mim. Uma manifestação do outro que desperte em mim a modéstia de acreditar que, apesar de ser algo que eu não conseguiria fazer, talvez o outro consiga.
Porque tenho de ser capaz de acreditar nos outros.
Porque é que eu tenho esta mania de achar que se eu não consigo, mais ninguém consegue?
Acaso acho que sou melhor do que toda a gente? Quão desprezível é este sentimento?
Porque é que os sonhos e as aspirações dos outros hão-de ser inferiores aos meus? Também os tenho, com certeza! E muitos também poderão ser vistos como ridículos, impraticáveis e ingénuos por muito boa gente. Porque é que me dou ao direito de destruir os dos outros, se detestaria que destruíssem os meus?
Porque é que tenho esta mania de ser a portadora das más notícias? A informação da nuvem negra que paira?
Será uma necessidade de colocar os outros abaixo de mim?
Será que, para não invejar ninguém, não agir com maldade por inveja, tenho a necessidade de justificar interiormente a aparente alegria dos outros com ingenuidade?
Isto é-me útil em muitas situações, até porque grande parte da alegria que vemos é ingénua. Mas até que ponto as pessoas não são realmente mais felizes assim?
Não sei, à muito tempo que não sonho. À muitos anos que vejo as agruras da vida de uma maneira demasiadamente lúcida para a minha faixa etária. Para outras até.
Não sei. Acho que de alguma forma quero forçar as pessoas a ver a dura realidade e a saber viver com ela. Quero ser o exemplo vivo de que isso é possível. Talvez porque invejo aqueles que conseguem não pôr os pés na terra e continuam a sonhar.
Quando digo o que penso, tenho de perceber mais o que a outra pessoa quer realmente ouvir.
Porque algumas pessoas só querem que as deixemos sonhar. E que sonhemos com elas o seu sonho. Mesmo que a nossa visão da realidade, toda a dor que já passámos, toda a mágoa que já sentimos na pele, nos diga que esse sonho é impossível.
Porque se há quem consegue fazer alguma coisa nesta vida, são os que sonham.
"Jamais tire a esperança de alguém. Pode ser a única coisa que ainda lhe resta."
A minha vida tem andado louca nos últimos tempos.
Gestão de conflitos no trabalho, IMENSO trabalho, poucas horas de sono, problemas familiares para resolver, ao mesmo tempo que tento dar alguma atenção àqueles de quem gosto e não entrar completamente em parafuso.
Mas há algo que me deixa especialmente preocupada no meio disto tudo. Acho que estou a tornar-me demasiado egoísta.
Ás vezes, talvez a maior parte do tempo, só penso em mim.
Não que deseje deliberadamente mal a alguém. Não, nunca foi o caso.
Mas às vezes, independentemente do contexto, sou arrogante e insensível, e deixo demasiado que a minha experiência pessoal afecte a opinião que dou em relação à vida da outra pessoa. No fundo dou a opinião focada em mim, e não na pessoa.
E se de facto há muitas pessoas que não merecem a nossa atenção, há outras que realmente o merecem.
Uma interacção personalizada. Mais do que uma manifestação da minha presença, uma manifestação do outro em mim. Uma manifestação do outro que desperte em mim a modéstia de acreditar que, apesar de ser algo que eu não conseguiria fazer, talvez o outro consiga.
Porque tenho de ser capaz de acreditar nos outros.
Porque é que eu tenho esta mania de achar que se eu não consigo, mais ninguém consegue?
Acaso acho que sou melhor do que toda a gente? Quão desprezível é este sentimento?
Porque é que os sonhos e as aspirações dos outros hão-de ser inferiores aos meus? Também os tenho, com certeza! E muitos também poderão ser vistos como ridículos, impraticáveis e ingénuos por muito boa gente. Porque é que me dou ao direito de destruir os dos outros, se detestaria que destruíssem os meus?
Porque é que tenho esta mania de ser a portadora das más notícias? A informação da nuvem negra que paira?
Será uma necessidade de colocar os outros abaixo de mim?
Será que, para não invejar ninguém, não agir com maldade por inveja, tenho a necessidade de justificar interiormente a aparente alegria dos outros com ingenuidade?
Isto é-me útil em muitas situações, até porque grande parte da alegria que vemos é ingénua. Mas até que ponto as pessoas não são realmente mais felizes assim?
Não sei, à muito tempo que não sonho. À muitos anos que vejo as agruras da vida de uma maneira demasiadamente lúcida para a minha faixa etária. Para outras até.
Não sei. Acho que de alguma forma quero forçar as pessoas a ver a dura realidade e a saber viver com ela. Quero ser o exemplo vivo de que isso é possível. Talvez porque invejo aqueles que conseguem não pôr os pés na terra e continuam a sonhar.
Quando digo o que penso, tenho de perceber mais o que a outra pessoa quer realmente ouvir.
Porque algumas pessoas só querem que as deixemos sonhar. E que sonhemos com elas o seu sonho. Mesmo que a nossa visão da realidade, toda a dor que já passámos, toda a mágoa que já sentimos na pele, nos diga que esse sonho é impossível.
Porque se há quem consegue fazer alguma coisa nesta vida, são os que sonham.
"Jamais tire a esperança de alguém. Pode ser a única coisa que ainda lhe resta."
3 de maio de 2012
Violência (não tão) doméstica quanto isso
Agora é todos os dias uma cena triste.
O chamado "cada tiro, cada melro".
No dia 1, a decadência do pingo doce.
Ontem, a miúda anoréctica.
Hoje, vejo um tipo a esbofetear a namorada/mulher/irmã, o que fosse, na rua.
Com a maior das descontrações.
Toma, leva lá um estalo!
Ela faz cara de miúda repreendida durante 1 minuto, e no minuto seguinte já estão os dois a escolher revistas na papelaria como se nada fosse.
Estas coisas irritam-me. Indigna-me ver estas coisas a acontecer à minha frente e ter que assistir. Mas o que me indigna, choca, e repugna mais nisto tudo é a banalidade com que ambos os intervenientes agem.
Mas é possível alguem achar isto normal? Dá-se um estalo à mulher e a seguir agem todos como se o homem tivesse comentado "parece que vai fazer bom tempo no fim de semana"??!
Mas que raio de dignidade humana é esta? Vou-me-deixar-bater-porque-preciso-de-um-homem-para-me-proteger-e-assim-só-tenho-o-perigo-dentro-de-casa-ou-ainda-melhor-na-mesma-cama?
Mas isto é a selva??!
Alguém consegue ter algum tipo de prazer (a nível algum) na presença de um agressor?
Sei lá... às tantas dá-lhes pica!!
Já estou como um amigo meu: estão todos esquizofrénicos!!
Epa façam o que quiserem. Maltratem-se, matem-se, esfolem-se.
Mas num sítio onde eu não veja se faz favor...
2 de maio de 2012
Dietas
Hora de almoço. Um grupo de jovens almoçam no bar aqui da empresa. Alguns dez. Provavelmente vieram de alguma formação. Bem vestidinhos (não são assim tão pobres).
A mesa está cheia de sopas, cachorros, sandes, hamburgueres, bifanas. O pedido normal de almoço para quem provavelmente passou a manhã inteira em formação.
Reparo numa moça que está com o grupo, ainda a pedir.
Magra.
Muito magra.
Com um vestidinho que poderia ter alguma graça se a coitadinha não estivesse com uma cara tão enjoada, e uns bracinhos da grossura de gargalos de mini.
Ela pede. "Um queijo fresco e uma coca cola zero, se faz favor."
A mulher da caixa pergunta: "Quer pão?"
-Não
O olhar da mulher da caixa percorre a moça de cima a baixo, e ao jeito de uma mãe que percebe que aquilo não é uma refeição decente, insiste:
-Tem a certeza? Temos pão de sementes!
-Não quero, obrigada.
Senta-se.
Observo a moça com mais atenção.
Uma carinha já de si pequena, bastante chupadinha. Um nariz estreitinho mas comprido, que certamente ficaria melhor numa carinha mais cheia. As perninhas, que parece que se vão quebrar a qualquer momento. E a expressão, lógica, de quem tem fome.
Falta de dinheiro? Não será.
A coca cola zero diz-me que não (Há copos e jarros de água para servir por todo o lado).
Podem dizer-me o que quiserem. Eu sei que a anorexia é uma doença grave. Mas eu vejo nestas pessoas, para além de uma enorme insegurança, uma tremenda arrogância. Duvido, mas DUVIDO mesmo que não haja alguem alguma vez em tempo algum que tenha dito a esta moça que estava mais do que magra, e que não precisava de dietas jamais! Mas não, acham que "eu é que sei", e vão por aí fora, até desmaiarem no meio da rua ou até lhes começar a cair o cabelo.
Dá-me vontade de chegar lá, dar-lhes um encontrão e dizer: "Então, doeu? Achas que nessa figura estás preparada para enfrentar o mundo lá fora?? Achas?? Basta eu soprar e tu cais no chão!?"
Acordem para a vida, minha gente!!! O mundo é duro, a vida tem de ser repensada todos os dias, e esta ilusão económica que ensinou toda a gente a desperdiçar tem de acabar. Andem para aí, a comprar roupinhas caras, a pagar carros estilosos e a negar a comida.
Vai chegar o dia em que querem alguma coisinha para comer e não têm. Nessa altura comem trapos, e ferro-velho!
11 de abril de 2012
Wishlist 6#
Hoje a minha wishlist é diferente do habitual.
Isto são umas coisinhas que eu já ando a querer à uns tempos, mas parece que não está fácil. Passo a citar:
Bicicleta desmontável
Esta é uma ultra-compacta. Eu não precisava de tanto. Mas tenho imeeeeensas saudades de andar de bicla, que é coisa que não faço à tempo, e as bicicletas dos outros são sempre grandes ou pesadas demais para mim. E a minha casa é uma casca de ovo. E .... quero.
Mesa de Matraquilhos
Eu tenho necessidade de uma coisa destas. Pronto eu sei que acabei de dizer que não tenho espaço em casa, e é verdade, mas estas coisas podem estar à chuva e ao sol que ficam vintage.
É um vício. Mesmo. Onde houver uma coisa destas podem apostar que vão encontrar-me, a mim, com o meu ar de menina amorosa, de cabelinho comprido e caracolinhos, sainha com folhos, sandalinhas, a dar uma grande coça num qualquer bando de camionistas. (Juro)
Estou farta de coser à mão. E nunca fica a mesma coisa. E estamos em crise. E eu adorava passar à prática uma ideias de trapinhos que ando a congeminar.
E por último:
Tecidos a metro
Esta é a ideia que o meu amor mais apoia. Ele diz que é porque gosta de me ver feliz, mas eu cá acho que é porque já está farto das minhas ameaças de lhe surripiar as camisas :P Está quase ao ponto de me passar o cartão de crédito para a mão e dizer "vai, vai gata, escolhe o que quiseres, que eu vou só ali trancar o meu roupeiro à chave! "
E pronto já sabem o que me devem oferecer no aniversário. Que a propósito é já dia... pois, esse ;)
Abreijos
10 de abril de 2012
Reciclagem
Se há uma coisa que me dá gozo é reciclar.
Não estou a falar de colocar os plásticos no contentor amarelo, o papel no azul e o vidro no verde (O que também recomendo que façam, reciclar é viver e bla bla bla).
Não. O que me dá mesmo gozo é encontrar coisas que outros deitaram fora, móveis principalmente, e dar-lhes uma nova aplicação.
É uma actividade que se calhar faz confusão a muita gente "apanhar coisas do lixo? bleeec", mas eu divirto-me bastante com isto, para além de poupar imenso.
É uma actividade que se calhar faz confusão a muita gente "apanhar coisas do lixo? bleeec", mas eu divirto-me bastante com isto, para além de poupar imenso.
Aqui na minha zona as pessoas por qualquer coisinha deitam fora.
Já tenho encontrado tapetes,almofadas, mesas de jardim, pratos, copos, garrafas de vinho do bom fechadas, candeeiros, cinzeiros, livros, enfim de tudo um pouco.
E o que é que eu faço? pego naquilo que acho bom (Também só trago aquilo que está mesmo em bom estado e que eu acho bonito), e trago para casa.
Foi o que fiz com estas cadeiras que vão poder ver abaixo.
Encontrei-as ao pé dos contentores da reciclagem aqui da minha zona.
Estavam boas. A verga estava já bastante escura, mas de resto impecáveis.
Trouxe-as para minha casa.
Com o tempo, e como a verga já estava desgastada (muito tempo ao sol, chuva e intempéries), o acento desfez-se, ficou quase só a estrutura.
Parecia então que estava na hora das cadeirinhas voltarem para de onde tinham vindo. Será?
"Não. Estas cadeirinhas são demasiado confortáveis para irem fora. Até baloiçam e tudo, e são óptimas para apanhar sol."- pensei eu.
O que fiz então? Consertei-as:
Escusado será dizer que agora as adoro.
Se já gostava por as ter encontrado, agora amo-as porque as personalizei.
Estão com um ar rústico e original, tal como eu gosto, e melhor que tudo, confortáveis!
Espero que tambem tenham gostado. ;)
Abreijos **
Letargia
Hoje sinto-me algo letárgica, filosófica e essas merdas.
Estava a pensar que nós somos aquilo que sonhamos. Mas ainda mais do que isso, somos aquilo que os outros sonham em nós.
Quem de nós nunca começou a fazer-se engraçado quando percebeu que alguém nos achava piada?
Que homem não tenta armar-se em herói quando a sua amada precisa de ajuda?
A forma como as pessoas nos tratam, dá-nos a entender aquilo que esperam de nós, e nós, inconscientemente, tentamos estar à altura dessas expectativas.
Se alguém nós dá força, acredita que nós vamos conseguir ser bem sucedidos num determinado campo, nós tendemos a absorver alegremente essa expectativa e transformá-la em motivação para o fazermos de verdade.
Talvez essa seja a razão porque eu sou bem sucedida. Sempre tive quem acreditasse em mim.
Mas há uma parte perversa nas expectativas dos outros em nós.
Há uma parte dos sonhos dos outros que não corresponde ao nosso eu, a quem somos de verdade.
Há uma parte dos sonhos dos outros que são somente sonhos deles. Sonhos magníficos mas tenebrosos ao mesmo tempo. Porque querem criar em nós algo que não somos nós.
É quando as pessoas escrevem para nós um papel que não foi feito à nossa medida, não foi inspirado em nós. É somente fruto das suas próprias necessidades, ambições e desejos.
E há que ter cuidado com esses sonhos.
Há que ter cuidado.
Para não embarcar de armas e bagagens em barcos que nos levam a território incerto, de onde podemos não saber voltar.
Há que ter cuidado.
Para não andar a perseguir uma parte de nós que não existe, que nunca existiu.
Há que ter cuidado.
Para não deixar os outros sonhar alto demais com algo que não somos nós, nunca seremos nós, e que só causará dor quando nós e eles percebermos isso.
Cuidado. Não importa quão maravilhoso possa parecer. É mágico vermos projectados em nós os sonhos dos outros. É alguém usar-nos como uma personagem importante, quiçá um herói na história que escreveu. É vermo-nos a nós próprios sendo tudo, podendo fazer tudo.
Mas é também uma despersonificação.
Não podemos deixar-nos embalar pelas doces palavras dos outros. Ficar alegremente e descansadamente deitados nas linhas da história que os outros criaram. É maravilhoso ouvir falar sobre nós. Oh! Quão maravilhoso é ver alguém escrever sobre nós. Não importa se bem ou mal, mas façam-no. É tão doce, e liberta-nos de preocupações. Não precisamos de fazer nada, basta deixarmo-nos levar.
Mas é perigoso.
Porque se o fizermos, perdemos o controlo. Deixamos de ser o narrador para ser a personagem. E não sabemos o desfecho.
Oh! O desfecho. E quão cruel pode ser.
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