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29 de maio de 2012

What a mess!

Quando foi que, neste caminho da minha vida, eu me tornei má pessoa?
A minha vida tem andado louca nos últimos tempos.
Gestão de conflitos no trabalho, IMENSO trabalho, poucas horas de sono, problemas familiares para resolver, ao mesmo tempo que tento dar alguma atenção àqueles de quem gosto e não entrar completamente em parafuso.
Mas há algo que me deixa especialmente preocupada no meio disto tudo. Acho que estou a tornar-me demasiado egoísta.
Ás vezes, talvez a maior parte do tempo, só penso em mim.
Não que deseje deliberadamente mal a alguém. Não, nunca foi o caso.
Mas às vezes, independentemente do contexto, sou arrogante e insensível, e deixo demasiado que a minha experiência pessoal afecte a opinião que dou em relação à vida da outra pessoa. No fundo dou a opinião focada em mim, e não na pessoa.
E se de facto há muitas pessoas que não merecem a nossa atenção, há outras que realmente o merecem.
Uma interacção personalizada. Mais do que uma manifestação da minha presença, uma manifestação do outro em mim. Uma manifestação do outro que desperte em mim a modéstia de acreditar que, apesar de ser algo que eu não conseguiria fazer, talvez o outro consiga.
Porque tenho de ser capaz de acreditar nos outros.
Porque é que eu tenho esta mania de achar que se eu não consigo, mais ninguém consegue?
Acaso acho que sou melhor do que toda a gente? Quão desprezível é este sentimento?
Porque é que os sonhos e as aspirações dos outros hão-de ser inferiores aos meus? Também os tenho, com certeza! E muitos também poderão ser vistos como ridículos, impraticáveis e ingénuos por muito boa gente. Porque é que me dou ao direito de destruir os dos outros, se detestaria que destruíssem os meus?
Porque é que tenho esta mania de ser a portadora das más notícias? A informação da nuvem negra que paira?
Será uma necessidade de colocar os outros abaixo de mim?
Será que, para não invejar ninguém, não agir com maldade por inveja, tenho a necessidade de justificar interiormente a aparente alegria dos outros com ingenuidade?
Isto é-me útil em muitas situações, até porque grande parte da alegria que vemos é ingénua. Mas até que ponto as pessoas não são realmente mais felizes assim?

Não sei, à muito tempo que não sonho. À muitos anos que vejo as agruras da vida de uma maneira demasiadamente lúcida para a minha faixa etária. Para outras até.
Não sei. Acho que de alguma forma quero forçar as pessoas a ver a dura realidade e a saber viver com ela. Quero ser o exemplo vivo de que isso é possível. Talvez porque invejo aqueles que conseguem não   pôr os pés na terra e continuam a sonhar.

Quando digo o que penso, tenho de perceber mais o que a outra pessoa quer realmente ouvir.
Porque algumas pessoas só querem que as deixemos sonhar. E que sonhemos com elas o seu sonho. Mesmo que a nossa visão da realidade, toda a dor que já passámos, toda a mágoa que já sentimos na pele, nos diga que esse sonho é impossível.
Porque se há quem consegue fazer alguma coisa nesta vida, são os que sonham.

"Jamais tire a esperança de alguém. Pode ser a única coisa que ainda lhe resta."

3 de maio de 2012

Violência (não tão) doméstica quanto isso


Agora é todos os dias uma cena triste.
O chamado "cada tiro, cada melro".
No dia 1, a decadência do pingo doce.
Ontem, a miúda anoréctica.
Hoje, vejo um tipo a esbofetear a namorada/mulher/irmã, o que fosse, na rua.
Com a maior das descontrações.
Toma, leva lá um estalo!
Ela faz cara de miúda repreendida durante 1 minuto, e no minuto seguinte já estão os dois a escolher revistas na papelaria como se nada fosse.

Estas coisas irritam-me. Indigna-me ver estas coisas a acontecer à minha frente e ter que assistir. Mas o que me indigna, choca, e repugna mais nisto tudo é a banalidade com que ambos os intervenientes agem.
Mas é possível alguem achar isto normal? Dá-se um estalo à mulher e a seguir agem todos como se o homem tivesse comentado "parece que vai fazer bom tempo no fim de semana"??!
Mas que raio de dignidade humana é esta? Vou-me-deixar-bater-porque-preciso-de-um-homem-para-me-proteger-e-assim-só-tenho-o-perigo-dentro-de-casa-ou-ainda-melhor-na-mesma-cama?
Mas isto é a selva??!
Alguém consegue ter algum tipo de prazer (a nível algum) na presença de um agressor?
Sei lá... às tantas dá-lhes pica!!
Já estou como um amigo meu:  estão todos esquizofrénicos!!

Epa façam o que quiserem. Maltratem-se, matem-se, esfolem-se.
Mas num sítio onde eu não veja se faz favor...

2 de maio de 2012

Dietas


Hora de almoço. Um grupo de jovens almoçam no bar aqui da empresa. Alguns dez. Provavelmente vieram de alguma formação. Bem vestidinhos (não são assim tão pobres).
A mesa está cheia de sopas, cachorros, sandes, hamburgueres, bifanas. O pedido normal de almoço para quem provavelmente passou a manhã inteira em formação.
Reparo numa moça que está com o grupo, ainda a pedir.
Magra.
Muito magra.
Com um vestidinho que poderia ter alguma graça se a coitadinha não estivesse com uma cara tão enjoada, e uns bracinhos da grossura de gargalos de mini.
Ela pede. "Um queijo fresco e uma coca cola zero, se faz favor."
A mulher da caixa pergunta: "Quer pão?"
-Não
O olhar da mulher da caixa percorre a moça de cima a baixo, e ao jeito de uma mãe que percebe que aquilo não é uma refeição decente, insiste:
-Tem a certeza? Temos pão de sementes!
-Não quero, obrigada.
Senta-se.
Observo a moça com mais atenção.
Uma carinha já de si pequena, bastante chupadinha. Um nariz estreitinho mas comprido, que certamente ficaria melhor numa carinha mais cheia. As perninhas, que parece que se vão quebrar a qualquer momento. E a expressão, lógica, de quem tem fome.

Falta de dinheiro? Não será.
A coca cola zero diz-me que não (Há copos e jarros de água para servir por todo o lado).

Podem dizer-me o que quiserem. Eu sei que a anorexia é uma doença grave. Mas eu vejo nestas pessoas, para além de uma enorme insegurança, uma tremenda arrogância. Duvido, mas DUVIDO mesmo que não haja alguem alguma vez em tempo algum que tenha dito a esta moça que estava mais do que magra, e que não precisava de dietas jamais! Mas não, acham que "eu é que sei", e vão por aí fora, até desmaiarem no meio da rua ou até lhes começar a cair o cabelo.

Dá-me vontade de chegar lá, dar-lhes um encontrão e dizer: "Então, doeu? Achas que nessa figura estás preparada para enfrentar o mundo lá fora?? Achas?? Basta eu soprar e tu cais no chão!?"
Acordem para a vida, minha gente!!! O mundo é duro, a vida tem de ser repensada todos os dias, e esta ilusão económica que ensinou toda a gente a desperdiçar tem de acabar. Andem para aí, a comprar roupinhas caras, a pagar carros estilosos e a negar a comida.
Vai chegar o dia em que querem alguma coisinha para comer e não têm. Nessa altura comem trapos, e ferro-velho!